terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O que está acontecendo no mundo?
Geraldo Trindade
O que está acontecendo no mundo? Essa me pergunta me veio quando me deparei com mais uma onda de protestos na Líbia, depois de ter passado pela Tunísia e Egito. Além desses países os protestos se espalharam pela Argélia, Iêmen e Jordânia.  O que anseia os homens e mulheres da região árabe? Por que neste momento histórico eles passaram a protestar e exigir mudanças?
            Digo que não esperava atitudes tão corajosas de povos que nós, ocidentais, tínhamos como dóceis a governos ditadoriais.
            Mas, acredito também que essa revolução não foi parida prematuramente. Vivem há anos marcados pela pobreza, desemprego, perseguições...
            As pessoas querem e buscam formas de viver cada vez melhor: querem ter seus trabalhos remunerados devidamente, querem poder sonhar com o futuro de seus filhos, querem sentir parte de uma comunidade que os respeitem e que busquem fazer o melhor para suas vidas. Porém, o que se vê nesses países são governos que sugam todas as forças de seu povo e não lhes dá nenhum retorno. São governos opressores, religiosos opressores, polícia opressora, que buscam a satisfação de seus próprios interesses enquanto a pobreza, a fome, o desemprego só fazem crescer.
            Os cidadãos, que nós, ocidentais, nunca pensaríamos que contrariariam a ordem vigente, estão dizendo um basta aos ditadores de óculos pretos, cabelos pintados, que exibem seus ouros e são cheios de extravagância. O povo diz um não forte não por causa da política internacional, mas puramente por seus “representantes” não lhes assegurar aquilo que seus direitos. Ainda mais, que a grande massa que acorre às ruas com coragem serem jovens que não pertencem e nem defendem as tradições nacionalistas, de um estado árabe e teocrático. Essa geração é marcada pela sede de liberdade, de espírito e informação. Eles estão conectados  às grande redes de relacionamento, o que muito tem favorecido a disseminação das idéias e a organização dos eventos.
            O que mais espanta é o Ocidente, pregoeiro da liberdade e da democracia, dizer que é preciso esperar um pouco, que é necessário calma e prudência. Cadê os países que encabeçaram e defenderam intervenções militares no Iraque, Afeganistão sob o pretexto de defendê-los da dominação déspota de ditadores? O que transparece é que liberdade e democracia devem ser oferecidos a conta gotas, desde que não atrapalhem os planos dos poderosos. Como podem refrear as aspirações mais puras de democracia de povos dominados pela exploração e pela falta de senso de seus governantes?
            Pena que não nós, simples cidadãos sensibilizados com os acontecimentos da região, não possamos oferecer a democracia sonhada e ela seja fruto que custa muito sangue, suor e lágrimas.
            No entanto, fica-nos uma lição e uma certeza: a de que não podemos ficar estagnados ante às necessidades dos outros. Esses governantes passam agora pó apuros, mas porque passaram anos cuidando e governando só a partir de seus próprios interesses enquanto seus compatriotas ficaram relegados à miséria e ao descaso. Agora a história trata de cobrar seu preço e sua conta.
           
           

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