sexta-feira, 13 de maio de 2011

Homenagem ao beato João Paulo II

"Escutar Cristo e adorá-lo leva a fazer opções corajosas, a tomar decisões por vezes heróicas. Jesus é exigente porque deseja a nossa felicidade autêntica. Chama alguns a deixarem tudo para o seguir na vida sacerdotal ou consagrada. Quem sente este convite não tenha receio de lhe responder "sim" e ponha-se generosamente no seu seguimento. Mas, além das vocações de especial consagração, existe também a vocação própria de cada baptizado: também ela é vocação àquela "medida alta" da vida cristã ordinária que se expressa na santidade (cf. Novo millennio ineunte, 31). Quando se encontra Cristo e se acolhe o seu Evangelho, a vida muda e somos estimulados a comunicar aos outros a própria experiência.

São tantos os nossos contemporâneos que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com alternativas insignificantes. É urgente, por conseguinte, ser testemunhas do amor contemplado em Cristo. O convite para participar na Jornada Mundial da Juventude é também para vós, queridos amigos que não sois baptizados ou que não vos reconheceis na Igreja. Não é porventura verdade que também vós tendes sede de Absoluto e andais em busca de "algo" que dê significado à vossa existência? Dirigi-vos a Cristo e não sereis desiludidos. "

Castel Gandolfo, 6 de Agosto de 2004.

Beato JOÃO PAULO II

domingo, 8 de maio de 2011

Bachianas Brasileiras de Heitor Villa-Lobos

Como expressão de fé,
da arte,
do homem,
daquilo que une o humano e o divino,
o perecível e o eterno,
da pureza humana à pureza além humanidade.
Somos elevados àquilo que em sua beleza mostra-nos a eterna beleza da vida.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Contributos da Igreja na vida social e política
Geraldo Trindade
Bacharel em Filosofia, estudante de teologia no Seminário de Mariana,
mantém o blog: http://pensarparalelo.blogspot.com
Contato: pensarparalelo@gmail.com


 
A Igreja leva a Boa Nova de Cristo ao mundo da cultura, traz justiça, vida e esperança evangélica aos mais pobres e excluídos do progresso e da vida dos amplos setores da sociedade. Vê-se que os pobres e miseráveis aumentaram, o que constitui um verdadeiro desafio para os cristãos e homens de boa vontade, há o contraste entre ricos e pobres, marginalização, exclusão e miséria; mas há também o empenho crescente de pessoas e grupos que lutam para combater as desigualdades e superar a exclusão.
            O fenômeno da exclusão é complexo: reveste-se de múltiplas dimensões e formas, pois há uma inversão de valores; uma busca desenfreada do dinheiro; insegurança e competição; extrema desigualdade; redes de poder econômico; financeiro e ideológico; perda do poder do estado; transformação do mundo do trabalho; injusta redistribuição de renda, benefícios e trabalhos; corrupção; má distribuição de terra; jovens desempregados; idosos sem assistência;  indígenas, quilombolas, sertanejos explorados; destruição de recursos naturais.
            Para que essa realidade dolorosa se transforme é necessário decisões políticas públicas em todos os âmbitos, mas esse desafio de transformação deve ser assumidos por todos e por cada um. Deve ser cada vez mais gestado uma globalização da solidariedade promovendo iniciativas que colaborem para a construção de um mundo melhor e mais justo. A Igreja e os cristãos se fazem próximos e solidários dos mais pobres  e lutam para garantir e salvaguardar a dignidades dos filhos e filhas de Deus. De forma específica, a Igreja Católica oferece sua contribuição através de seu Ensino Social, reforçando o valor da dignidade, da destinação universal dos bens, da solidariedade, subsidiaridade, promoção da justiça enraizada na igualdade entre todas as pessoas e setores da sociedade, da solidariedade como caminho da fraternidade e partilha, da liberdade como garantia de participação de todos na construção da justiça, valorização das atitudes e práticas de coragem e fidelidade dos mais pobres, serviço do desenvolvimento integral das pessoas e consumo responsável e solidário.
            Neste processo o estado tem responsabilidade própria e intrasferível no combate à exclusão, na promoção do bem comum e na defesa de todos dos cidadãos. Contribui neste processo a sociedade civil, que tem função da própria sociedade civil defender os interesses gerais ou específicos dos cidadãos contra as eventuais formas de dominação do Estado e do mercado globalizado, fortalecendo os movimentos sociais e populares.
            A Igreja Católica neste processo tem contribuído em várias frentes de trabalho. Sua intervenção, nos últimos 50 anos, se fez mais incisiva na defesa dos pobres e no serviço da justiça e solidariedade. Ela inspirada e guiada pelo apelo radical do Evangelho, elaborou a Doutrina Social e tem procurado dar sua contribuição para o bem comum. Aos longos dos anos ela acumulou uma riquíssima experiência humana, ética e espiritual no que concerne à luta contra a miséria e a exclusão. Tudo isso ela realiza a exemplo de Jesus a fim de se tornar cada vez mais em uma Igreja samaritana, que atenda generosamente todos os homens e mulheres deixados meio mortos na beira da estrada.
             A ação eclesial teve ação direta na criação do Movimento de Educação de Base (MEB) com projeto de alfabetização de jovens e adultos; na defesa dos direitos humanos no tempo do regime militar favorecendo maior integração com os setores democráticos; contribuiu para a elaboração da Constituição de 1988 ; no processo de redemocratização do Brasil; opção evangélica pelos pobres vem renovando a participação e a partilha na Igreja e incentivando o espírito missionário das comunidades; as Comunidades Eclesiais de Base, os Círculos Bíblicos; as Pastorais Sociais representam significativa participação na construção de uma sociedade justa e solidária e despertam maior sensibilidade e atenção às contradições e aos conflitos, as Campanhas da Fraternidade são momentos  fortes de sensibilização e participação de toda a Igreja; o Mutirão Nacional de Superação da Miséria e da Fome, que constitui outra manifestação de amor da Igreja pelos esquecidos e rejeitados da sociedade; o Mutirão pela Amazônia, que procura responder melhor às necessidades sociais, culturais e espirituais dos amazônidas, geralmente expostos à cobiça dos exploradores de madeira; participação de católicos preparados nas comissões municipais populares; a Cáritas Brasileira na promoção do semi-árido e a construção de cisternas; as Comissões Justiça e Paz, que realizam o trabalho de análise crítica orientando para a formação e mobilização dos cristãos e pessoas de boa vontade, na mobilização em favor da Lei 9840 de Iniciativa Popular contra a corrupção eleitoral. Outras variadas formas de serviço testemunham o amor da Igreja aos menos favorecidos. Une-se a tudo isso às Escolas de fé e política e a Doutrina Social da Igreja, que é um tesouro de valor imenso contribuindo para a compreensão e solução dos problemas sociais.
            Essa proximidade e solidariedade da Igreja para com os pobres – que são sua riqueza – têm as raízes no exemplo de Jesus. Ele veio para que todos tenham vida, pois é o Caminho, a Verdade e a Vida. Isso exige profunda conversão de coração, mente, vida pessoal e coletiva. Os pobres pelos seus valores e atitudes de coragem, partilha e fidelidade nas provações tornam-se profetas contemporâneos e anunciam novas relações sociais de solidariedade e fraternidade.