quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Em Dom Luciano tudo era In nomine Iesu
Geraldo Trindade
Os santos não se repetem. O Senhor da Vida, em sua providência de Pai, reserva em cada tempo, conforme a necessidade de seu povo homens e mulheres que com sua vida dão testemunho vivo do Evangelho. Por isso, a mensagem que eles nos deixam é eterna e atual. Por meio da humildade imitam o Filho de Deus e tornam-se uma lição gritante para cada um de nós, hoje. Seu despojamento, sua pobreza singela e realista é uma interpelação veemente para nós e para os que vinrão depois.
            Os santos são o Evangelho não em palavras, mas em vida, sem comentários, sem notas de roda-pés que perduram por anos e séculos. Tornaram-se mestre na fé, pois ousaram lançar-se, atestaram o reino de Deus por meio do testemunho, de saltarem-se no Mistério de Deus, transbordando-o, confundindo-se com ele em um processo irrenunciável e irrefutável.
            O dia 27 de agosto deste ano será marcado pela lembrança saudosa de Dom Luciano Mendes de Almeida. No dia 26, o Brasil unindo-se à Arquidiocese celebra os 5 anos de falecimento do amado bispo, que sempre deixou um rastro luminoso de generosidade, de santidade, de paixão pelo próximo e por Deus. Neste dia, na Catedral Metropolitana de Mariana haverá a Celebração Eucarística às 18h30. Logo após, às 20h, haverá a solenidade de entrega da Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida do Mérito Educacional e Responsabilidade Social. Este ano serão homenageados: Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, Padre Paulo Vicente Ribeiro Nobre, Irmã Carmen Mendes de Carvalho, Irmã Neusa Quirino Simões e Grupo NATA.
            O “pastor dos esquecidos” nasceu aos 5 de outubro de 1930 no Rio de Janeiro, sendo seus pais Cândido Mendes de Almeida e Emília de Mello Vieira Mendes de Almeida. Ordenou-se padre na Companhia de Jesus (jesuítas) aos 5 de outubro de 1947 em Roma. Em 2 de maio de 1976, foi ordenado bispo, auxiliando na Arquidiocese de São Paulo e em 6 de abril de 1988 foi nomeado arcebispo metropolitano de Mariana.
            Em Dom Luciano se manifestava o fascinante amor pela humildade, pelo despojamento e pela simplicidade. Em sua vida e missão sempre esteve presente as marcas da fidelidade e da generosidade.
            Além de tudo isso acima e tudo mais que se fala de Dom Luciano, quem foi ele? Um bispo, presidente da CNBB e secretário geral da mesma entidade, arcebispo de Mariana – primaz de Minas Gerais.... Ele, porém é conhecido mais por ter sido amigos dos simples, dos pobres e dos pequenos. Ele foi a voz dos sem-voz, foi a paz e o diálogo nas situações de conflito, foi a generosidade no agir, bondade e compreensão na acolhida e no encontro com os outros, amabilidade e servir como meta constante... Nisso esconde-se o mistério de sua santidade: de se renovar no serviço humilde e desproporcionado de reconhecimento.
            Em quantas vidas, Dom Luciano esteve presente! Ele não se importava com o retorno humano e afetivo, mas contava com a grata satisfação de, por meio dele, ter manifestado a grandeza do amor de Deus. Neste ano de 2011, 5 anos após seu falecimento, é mais uma oportunidade que se desponta para não deixar que o vazio e a escuridão tome conta de nossa memória de nossas ações, mas de sermos tomados pela luz que brilhou em Dom Luciano: o amor de Deus.
            Por onde andou Dom Luciano quando esteve em nosso meio? Sua companhia foi os pobres, os miseráveis, os simples, os abandonados. No entanto, por onde ele andou? Claro, só podia ser lá, mesmo estando aqui. Ele andava pelo céu!

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